VERSOS PLATÔNICOS
HIPOCRISIA
Deixa que eu seja agora simplesmente
Nesta triste manhã nublada e fria
O sutil abandono da semente
Que gera no Ser a hipocrisia
Deixa que eu seja agora o transcendente
Mistério florestal que se irradia
Das rosas dos meus lábios sorridentes
Esse letárgico aroma de ironia
Deixa que eu seja aquilo que quiser
No doce aconchego dos teus braços
Ou no falso carinho que me der
Mas não peça para calar minha voz
Maltrate o coração feito em pedaços
Que se derrama em amor de sua foz
Regina cnl
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LOUCOS
Na loucura desse galope, sorte de quem ama.
Enquanto juntos comemos o fruto da maçã
E loucos de amor molhar nossa cama
Galopando com paixão sem medo ou afã
Aproveitar a Lua que ilumina à noite inteira
Pedir aos céus, que mande morna, a chuva.
Misturada ao suor do gozo a dois, feito uma luva.
Assim que quero o prazer, Espero que também queira.
Enfim quero ser amada
Amar como louco corcel
Fazermos juntos esse escarcéu
Quero me sentir desejada
Dentre as loucas mais amada
Contigo conhecer o céu
Regina cnl.
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DESPREZO
Não é vão o amor, mesmo o desdém.
Nem é inútil o sentimento por alguém
Desprezo é sinônimo de pretensão
Ódio amigo íntimo da paixão
Não há desprezo sem alvo. Desfaz-se...
Nem há silêncio na voz calada
Vem à saudade, ilusão renasce.
Assim é o amor. Assim é a vida.
Não é o riso, eco de algum lamento
Nem alegria é feita de um tormento
A vida é feita de lembrar e esquecer
Não se pode desprezar quem nesse mundo
Dedica tanto amor, de doer lá no fundo
Dor não se sente! Pois amar não é sofrer...
Regina cnl
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CHAMEGO
Não se apavore nem fuja do abraço
Faço-te um chamego dobro-te direitinho
Beijo sua boca abro meus espaços
Essa noite quero sentir seu carinho
Essa pele morena embebeda minha ânsia
Procuro-me no teu corpo rijo, jogo-lhe os cabelos
Que se misturam a sua elegância
Na umidade dos meus pelos
Ah! meu dengo! Meu tudo!
Essa vontade reprimida que guardei aqui dentro
Hoje o quero colado no meu mais profundo
Só o deixo ir embora quando nenhuma gota sobrar
Minha sede cessar e sair de mim a louca
Que sonha tê-lo inteiro. Deixa-me lambuzar...
Um Ser às vezes racional. Outra me deixo levar pelo vento.
Regina cnl.
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FUMAÇA
Na espiral da brasa que crepita
Vai ardendo em forma de fumaça
Quando ascendo me é infinita
Angustia que minha alma despedaça
Meu cigarro cúmplice agita
Caleidoscópio que a mente traça
Vou revendo enfim, a desdita.
No brilho momentâneo do que passa
Tento buscar alívio, talvez a cura.
Próxima às raias da loucura
Nem às cinzas do cigarro aliviou...
Passa tudo através da fumaça
Tristezas desgostos, até minha desgraça.
Só você, nessa fumaça não passou...
Regina cnl.
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NOITE
Minhas mãos não obedecem com o mesmo tom
Que meu coração cheio de atitude quer dizer
A caneta desliza suavemente atenta ao som
Que min’alma canta. Musicando meu viver
O sereno da noite. Não é bem vindo
Na noite escura. Lua recusa-se aparecer
O sol radicalmente saiu do meu mundo
Sem teu reflexo sei que tornarei a fenecer
Botão de rosa já não desabrocha no meu verso
Sua palidez é notória diz a tristeza
Sem a luz do sol morrerá ao acaso
Nada restará do seu perfume e beleza
Que mistério é este que não me foi revelado
Qual mundo a lua escondeu meu amado
Regina cnl.
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SEPARAÇÃO
Quando fados e fadas debuxaram
Na tela azul do amor, nossa união.
Ofuscados da luz não projetaram
Sombras difusas pelo chão
Do impressionismo inato não pintaram
A perspectiva da figuração
E a natureza-viva transformaram
Em natureza-morta da ilusão
Reconhecendo o erro e a insanidade
Vão repor, novamente, em nossa tela.
As cores indeléveis da verdade
O que mais preocupa é que depois
Nunca mais seremos ele-e-ela
Nunca mais voltaremos a ser-nós-dois.
Regina cnl
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MIGRAÇÃO NO BRASIL 1996
A estiagem já tinha matado quase tudo naquele pedaço do sertão Brasileiro.
O caboclo Severino andava capengando de um lado para outro sem rumo.
Vez ou outra olhava em direção ao horizonte, para ver se havia alguma mudança naquele mundo tão sem perspectivas.
A tapera de pau-a-pique, fora construída com o mesmo zelo com que se constrói um palácio, já não tinha importância.
No seu interior apenas três cômodos, que servia para abrigar aquela família tão numerosa.
Contava com um fogão à lenha, duas velhas caçarolas e uma caneca a espera de água.
Tudo à sua volta estava seco, até o regato que ficava a duas léguas de distância.
O único bem que o caboclo possuía era um jegue que também não tinha mais serventia havia se consumido após tanta labuta.
A fome era tanto, que o caboclo Severino nem olhava mais para sua esposa e companheira dona Mélica.
Figura de olhar já sem vida, mas que permanecia ali rodeada de uma ruma de crianças de aparência cadavérica.
Imagino jamais conheceram um sorriso, ou um pequeno gesto de carinho.- Mas choro e barriga vazia isto sim!
O nome das crianças? Nenhum tem nome dizia a mulher. São apenas meninos e meninas.
Os que vingaram tiveram foi sorte. O resto morreu de desarranjo intestinal. Registro de nascimento? Para quê?
Nossa vida aqui é essa mesmo. Os que sobraram estão só esperando morrer também de fome e sede. Governo?
Que é isso? Aqui por essas bandas não passa nem vento bom, que fará esse tal de governo.
Tem ai, um coronel que leva Severino para votar, passa aqui de quatro em quatro anos, mas não sei nem para que e nem para quem.
Eu mesma não tenho identidade nem titulo de eleitora.
Para falar a verdade eu só sinto que estou viva, quando chega um desses meninos, agarrando minha barra de saia,
chorando de sede e fome.
Fico olhando para o céu para ver se vejo uma nuvem de chuva.
A chegada do inverno é muito esperada o roçado de feijão e macaxeira, ajuda a diminuir esse triste destino de fome e miséria, que vive esse povo todo desse sertão.
Quando chove e é raro, nosso único divertimento é tomar banho de chuva e plantar o roçado. Nem calango tem mais por aqui.
Tinha uma capelinha a uma légua daqui, o pároco passava uma vez por mês, mas quando quis começar a ensinar para nós que somos todos brasileiros, o coronel mandou expulsá-lo.
Ouvi dizer que o padre queria construir uma escola e, que o coronel dono dessas terras não permitiu
Mas o padre falou que as terras eram do governo, e, que o coronel apossou-se de tudo.
Eu e Severino estamos pensando em ir embora daqui.
Minha comadre foi para a cidade e mandou dizer que mora numa tal de favela. Uma comunidade e que todos se ajudam.
Quando construir mais um cômodo, vai mandar buscar a gente para nunca mais passarmos fome e sede. Deve ser melhor do que aqui.
Que não tem esse tal governo.
Regina cnl.
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LENHA
Minha vida lembra uma fogueira
Crepitando luzente em noite calma
A lenha seca esvai-se em combustão
A lenha verde, porém; findo o luzeiro.
Ainda permanece no chão...
Queimando a lenha seca da ilusão...
E agora o que fazer da outra madeira
Que não quis crepitar em minha alma
Mas, queima aqui dentro do coração?
Regina cnl
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AMO A VIDA
Não vou aqui me rasgar
pela glória literária.
Ela não mora no meu bairro,
não passeia em minha rua,
nem adentra minha casa.
Gosto mais de outras glórias,
o sorriso da Marcella,
olhar brejeiro de Gabriella,
o carinho do Ricardinho,
doce presença do Bruno,
E a delicadeza da Beatriz.,
Esses sim são minhas glórias,
Meus netos amados por mim.
Sou filha da natureza,
Transformo as roupas sujas,
em trouxas de poesia,
meu amor é pela vida.
Escrevo com alegria,
Ai de mim poesia,
se não fosse a roupa suja,
que sujamos todo dia!...
Regina cnl
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IMAGINAÇÃO
Fui criança a turismar estrelas
Dos alpendres cor de rosa da infância
Vencendo o infinito da distância
Que impede simples mortais de entendê-las.
Transpus o sideral em veloz ânsia
Percorrendo galáxias para vê-las
Dominadas então, e assim prendê-las.
No manto rosa dos sonhos da infância.
Sou turista de universos estelares
Viajo sem destino além dos mares
Sempre a convite da imaginação.
Escrever sobre sonhos é meu regalo
Cabe a culpa exclusiva a fantasia
Ver o mundo através da poesia.
Regina cnl
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RESTA NADA
Há tempo sem estrelas, sem Lua,
Sem o leite, o mel que vem do céu,
Loucamente essa vontade, ser tua.
Ter que manter segredos por trás do véu.
O homem que desejo me põe nua,
Coração bate no peito feito corcel,
Galopando pelos campos continua,
Intensa sede de beber teu doce mel.
Não é homem qualquer que me balança,
Faço planos, traço metas, mas que nada,
O infeliz, só tem olhos, para namorada.
Não me vê sequer um olhar me lança,
Esse meu amor tem pureza de criança,
Sem estrelas, sem Lua, não resta nada.
Regina cnl
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REPOUSO
Não quero
modelar-me
ao vozerio
da maioria
Droga é catástrofe coletiva
ninguém
há de me arrastar
ao precipício
do vício
Não frequento comício
não imito
abutres
Nem me adorno
de cangalha.
Não sou ovelha
sou gente,
às vezes desconexa.
nunca submissa.
Busco da vida a melhor parte
não olho para os lados
se for bom não faço alarde
estou do lado do bem
isto é, o melhor lado.
Não aprovo o hipocorístico
Não condeno o necessário
Bebo vinho feito água
velho hábito da infância.
Catão não me ouça,
sua boca aguaria.
Admiro Cipião,
com ele eu dançaria.
sua alma feminina,
a minha cativaria.
Sócrates deveria me convidar,
com ele até brincaria.
Escrevo enquanto descanso
Campos férteis necessitam de repouso...
Regina cnl
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EU AMO
Ultimamente tenho amado
tantos!
O amor se derrama
nos cantos
Nas coisas simples
vejo encantos.
Mesmo quando
o choro causa espanto,
decepção,
agonia,
desencantos.
Sou movida a teimosia,
amo qualquer canto,
valorizo,
incentivo,
extravaso,
derramo em todo canto.
Regina cnl
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TEU JEITO DE SER
Mas, como gosto de lembrar!
Seu jeito desajeitado de amar,
Chora por um simples olhar,
Eu diria, um menino a implorar,
Um qualquer brinquedo.
Simples sorriso, leve acarinhar.
Cafuné, leve toque, roçar...
Sinto-o no mesmo instante se derramar.
Gosto de me lembrar...
A bagunça organizada do teu lar
O café, o vinho, teu cantar.
Qualquer melodia faz-me lembrar
Esse menino grande no pensar...
Regina cnl
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SENSÍVEL
Vem lá de o mar esse sofrer aqui
Reflete lá, pois aqui como foz.
Águas desse rio que choro por ti
Deságua no gemido da minha voz.
Sou rio humano, sofro, sou inconstante
Correndo lento rumo ao mar de mim entrou
Sou sensível trago n’alma soluçante
Lágrimas que o mundo destinou-me a chorar
Amor do sonho jamais me visitou
Por isso deixo-me levar por esse mar...
Regina cnl.
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FASCÍNIO
Frase que vem de seu coração que fascina
Absorvo-a como quem bebe o melhor vinho
Não vejo empecilhos nesse teu carinho
Sinto imensa vontade de ser tua menina
Mesmo, não sendo joia rara lapidada.
O mundo fez-me essa simples bijuteria
Tenho aqui sentimento caro, ser tua amada.
Que nem nos teus sonhos fantasiou que teria
Busco a felicidade pelo prazer de viver
Não corro atrás da tristeza nem agonia
Amar alguém que também queira querer
Vencer distâncias de quem ama tanto
Usando o sentimento ir do Sul a Norte
Ciente que esse amor não é mera fantasia
Regina cnl.
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AMOR NÃO SE ACABA
O amor não se presta a alimentar a fome do corpo.
Não é perecível feito folha seca que se transforma
Nem é vulgar para atender aos apelos da paixão
Amor é muito mais que simples sim, não...
Amor é rio de água quente, morna, às vezes fria.
Mas, não muda conforme a temperatura
Não é paixão perecível como a morte
Amar é sentir alegria apesar do vento contrário
Quando não traz com ele boas notícias
O amor transcende qualquer saber...
Regina cnl
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PENSO EU...
Não existe ninguém vivo ou morto,
ou nada nesta vida,
que faça com que minha alegria de viver,
escorra de minha alma livre,
amante das boas coisas.
Nem amores mal resolvidos,
divididos,
invejados pelo meu jeito livre de ser.
Amo como quem ama, simplesmente...
Regina cnl
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REENCONTRO
O barco desliza tranquilo
A ansiedade de outrora perdeu o sentido
Içadas as velas e já abastecido
Nas águas calmas do mar azul
Meu amor concordou embarcar comigo
Estrelas reluzentes já brilham alegres
A lua ilumina quem nela acreditou
O sol imponente sorri para os amantes
Amargura foi embora felicidade se instalou
Viagem sonhada amor desejado
Desejos expostos quase desvendados
O medo da derrota já foi vencido
Tempestade ajudou a lavar os resíduos
Viagem de volta só quando quisermos
Talvez nenhum de nós dois queira voltar
Foram tantos sonhos queimados e mortos
Que hoje não admitimos repartir ou doar
Mesmo que tivermos que atracar em um porto
Com certeza teremos que nos disfarçar
Para que ninguém atrapalhe este amor
Não vou sequer teu nome chamar
Demorei demais para encontrar este amor
Nem que uma onda venha tombar
Este barco foi construído com muita dor
Tristeza jogou lá no fundo do mar
Regina cnl
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Amo a vida...
SONHAR
A gente tem que dar um jeito e serenar o coração.
A única coisa nesta vida ilusória que não é ilusão é o sonho.
É quando sonhamos que realmente vivemos.
Regina cnl
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SABER?
Nem toda verdade é absoluta.
Cada ser pensante ou não,
tem o livre arbítrio de ser feliz a sua maneira.
Sendo que todos morrem da mesma forma.
A vida é uma incógnita para os leigos e para os que pensam que sabem...
Regina cnl
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INCONFESSO
Feliz aquele que nasceu poeta
Vive a cantar com alma de esteta
Embeleza o amor na sua poesia
Ao escrever sua tristeza alforria
Poeta é um ser deslumbrado
Seu mundo é de sonho inventado
Não coloca seus pés no chão
Enquanto perdura sua emoção
Não ouve os ruídos deste lado
Melodia quando ouve é a do céu
No cavalo alado vai montado
Apaixonado por sua deusa inconfessa
Chora a solidão após tanta promessa
O fogo da paixão ele apaga no papel
Regina cnl
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SEMPRE VOCÊ
Pensamento vazio,
Mas, quando chega-me você,
Alegria invade meu coração
Desgruda da solidão
Um leve arrepio percorre minha pele
Doce sensação sente tua presença.
Na Água do banho que me escorre
Em movimentos suaves
Fricciono partes íntimas
A espera de um orgasmo
Aproveito o momento de êxtase
Tão raro quase impossível!...Mas,
Com você o prazer é divino.
Regina cnl
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DIFERENTE
Letras que tuas mãos reproduzem,
Penetram minha alma, vem acalmar,
Acendem estrelas, suas palavras luzem.
Desejos intensos de te amar...
Cada sílaba uma pétala da flor
Meu amor quer que venha desfolhar
Minha pele necessita teu calor
Sentir teu fogo suave a me queimar...
Renasço neste instante de prazer
Meu universo é a palavra a arder
Toda a poesia compartilhar
Assim posso sentir teu carinho
Diferente de tudo que foi sentido
Querido, meu prazer é te amar...
Regina cnl
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VEM
Vem,
deita
aqui
no meu colo.
Há tempo espero
esse momento,
viajo
nessa quimera
Quando o vejo passar
experimento
agonia,
vontade de gritar
amo-te
Apesar de saber
seu corpo
que
quero acariciar
não
pertence-me
Essa boca que quero
beijar
não a
posso alcançar
Pela distância
de tudo
que vivi
antes...
de encontrar você...
Eu sempre soube
mas, nossos caminhos.
só se cruzaram agora...
Regina cnl.
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DELÍRIO
Recebo com desejo a chuva que escorre
Meus seios na pele trêmula enrijecidos
Desnuda e desejosa do teu corpo
Assim, todos os medos são vencidos.
Sentindo sua pele e maciez
Matamos a vontade de uma vez
Bailando no delírio desse tesão
Entregues, loucos, inexaurível emoção.
À noite é pouco para toda essa loucura
Mundo lá fora não sabe que o prazer é cura
Com suor do prazer que o sexo exala
É fogo aceso, é chama que se propaga.
Nas labaredas que queimam até à exaustão
Na chuva mansa derramada pela paixão
Regina cnl.
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SONHO MÁGICO
É merecedor do meu carinho
É você o amor que falo tanto
Com você renasço não me definho
Traz a minha vida doce encanto
Por amor meu verso procura rima
À noite mansa brilha com essa Lua
Meu coração vibra e te tem grande estima
O corpo inteiro pede seu toque na pele nua
Pede aconchego esse colo bem de mansinho
Grande o desejo de viver essa tal ventura
Amor começou pequeno e bem devagarinho
Inundou Minh ‘alma e trouxe contigo a cura
Aos poucos vai construindo outro ninho
Dentro deste sonho mágico de tamanha ternura.
Regina cnl.
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SOBREVIVÊNCIA
Finalmente chegara a primavera,
E um grupo de borboletas sobrevoava um grande jardim- um dos poucos- que ainda sobrevivera à poluição.
-Dentre elas havia uma que se destacava pela soberba e egoísmo-
-apesar de sua beleza-- aprendera que a lei da sobrevivência é cruel. E que a natureza auxilia quem nela crê.
-Cada qual escolhera uma flor para se alimentar. E a borboleta em questão foi logo dizendo-
Não quero dividir a flor que escolhi com ninguém. Cada qual- que cuide da sua.
E assim, sugou a flor aproveitando o néctar até que nada sobrou.
Vendo sua flor murchar de repente tratou de sorrir para outras borboletas, mas essas- não lhe deram atenção.
Começou a voar entre uma flor e outra, mas ninguém- a deixou pousar.
Esbravejando e cheia de empáfia disse: Vão me deixar faminta morrer a mingua sem alimento?
Em coro as borboletas lhe responderam. Volte para a flor escolhida por você!---------
Não fomos nós que criamos a regra que cada qual cuidasse da sua flor. Foi você! Revoltada voltou a sua flor.
Viu-a desfolhada sem vida. Pôs-se a chorar resmungando palavra qualquer.
Foi então que percebeu que todas às flores daquele jardim estavam murchas.
E que o grupo a qual fizera parte a deixara sozinha. Pensou...
Pensou... Resolveu ali permanecer com a esperança de que algum botão haveria de brotar na manhã seguinte.
Tal foi à surpresa no primeiro clarão da aurora, viu um pequeno botão de rosa se debatendo para emergir lutando pela vida.
A borboleta sorriu e disse a si mesma. Vou ficar por aqui...
Regina cnl.
Um ser às vezes racional, Outra me deixo levar pelo vento.
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Na verdade vivo a eterna busca. Quem sou? Não sei...
O que sei é que respiro e vez em quando consigo pensar...
Por isso escrevo. O pensamento é rebelde... foge sem deixar vestígios...
Amo a vida...
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