SONHO
Escrevo para sonhar.
Ter que conviver tolerar
Ser amada e não amar
Cumpre seu destino
Dentro do coração
Prisão de um amor
Não há sofrimento maior
Por isso vivo a chorar
Ama-me quem não quero amar
Amo quem não me pode amar
Acordo de um sono inquieto
Regina cnl
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FELICIDADE
A felicidade é feita de simplicidade
Não sobrevive o egoísmo
Não tolera falsidade
Despreza egocentrismo
Não colore realidade
Não disfarça qualquer lágrima
Não aceita falsas promessas
É feliz aquele que faz de sua vida
A vida que deseja viver
Sem camuflar suas dores
Libertar-se das amarras do mundo
Não se curva por coisa qualquer
Não sorri só para agradar
Não se deixa escravizar
Ser feliz é ser simples
Não desejar o impossível
Perdoar sem magoar
Amar sem exigir
Viver a vida é simplesmente
Ser livre para agir e pensar
No que fazer para ser feliz
Regina cnl.
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INCONFESSO
Feliz aquele que nasceu poeta
Vive a cantar com alma de esteta
Embeleza o amor na sua poesia
Ao escrever sua tristeza se alforria
O poeta é um ser deslumbrado
Seu mundo de sonho imaginado
Seus pés jamais descem no chão
Enquanto perdura sua emoção
Nunca ouve o ruído deste lado
Melodia nessa hora é lá no céu
No seu cavalo alado vai montado
Apaixonado por uma deusa inconfessa
Chora sua solidão, após tanta promessa.
E o fogo da paixão vai apagando no papel
Regina cnl
Um ser às vezes racional. Outra deixo-me levar pelo vento.
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REMANSO
Se quiseres meu amor não fique ausente,
Pulando galho em galho sem pousada
Beijando bocas de mulheres indecentes
Diz amar-me, mas disso, não provo nada.
Baixinho no meu ouvido fala sedento
Do amor que me dedica cheio de dedos
Mas arde por mim esse fogo lento
Ladino quer desvendar meus segredos.
Deitado nessa cama coberto de sono
Cansado espera o tesão que não vem
Enquanto fico aqui neste abandono
Abro a porta, mas não vejo ninguém.
Saciado de outras bocas sem dono
Chega-me vazio, em pleno outono.
Palavras bonitas! Um dia me canso...
Convido outro a ocupar teu remanso!...
Regina cnl
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ALVO
Quem nasce poeta não requer do complemento
Que a vida obriga a engolir sem anestesia
O bom poeta sabe lidar com o tormento
Da solidão quando o amor se esvazia
Erra mais do que acerta ao lançar o arco
Cupido brinca vira a seta noutra direção
Pensa o poeta que acertou o alvo certo
A flecha desviada atingiu outro coração
Desconfiado passa a vida na espreita
Que o grande amor de sua vida, é o que espera.
Perceba o erro e o perdoa sem suspeita
Vomita no mundo tudo o que não presta e rejeita
Seguir por caminhos que dos outros é receita
Poeta não sofre, mora no palácio da quimera
Regina cnl.
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RETICÊNCIAS
Trilhar caminhos que levam a sua realidade...
é para qualquer poeta sua maior dificuldade.
Havemos de ser cautelosos a qualquer de seus sonhos
Podemos, mas não devemos desencorajá-lo e fechá-lo dentro de si mesmo.
Perde-se, então, a chance de conhecer-lhe como de fato o é...
Até que suas reticências se transformem em comunicação e sua estranheza em compreensão...
Quando o enxergamos com olhos de seus sonhos, mesmo na pouquidão das palavras, simplicidade e, estranheza de sua fala...
O gemido do vento é para leigos apenas um barulho desagradável. Ao poeta esse gemido é um canto de dor...
A fumaça de seu cigarro é uma mensagem de desespero e súplica a cada tragada...
O poeta não busca solidão para afastar-se do mundo que o cerca...
Ao poeta é dado o silêncio... mesmo quando o barulho ensurdecedor do mundo incomoda aqueles que não ouvem o silêncio...
dentro de si mesmo...
O poeta não busca solidão unicamente para evitar o convívio humano, mas sim, para fugir de seus vícios e,
suas leis arbitrárias que não se amoldam com sonhos da paz que sua alma conhece...
Sua natureza solitária deve-se ao fato das muitas decepções que sua alma
certamente sofreu, com pessoas que tinham nos lábios o sorriso, mas na profundeza de seus corações guardam um único proposito.
A posse...
o individualismo e, a sombra de um conhecimento em seus sonhos, crentes... que atingiram seus ideais.
Prefere o deserto a aceitar que os homens
associaram-se àqueles que acreditam sinceramente, que o Sol, a Lua e as estrelas não se levantam senão de seus cofres
e não se põem senão nos seus jardins...
Regina cnl
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SONO
Acordo de um sono inquieto
Amo quem não me pode amar
Ama-me quem quero não amar
Por isso vivo a chorar
Não há sofrimento maior
Que a prisão de um amor
Dentro do coração
De quem cumpre seu destino
Ser amada e não amar
Ter que conviver, tolerar.
Escrevo para sonhar...
Regina cnl
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NOITE
Ó noite que sobre mim se debruça
Esconde o dia e leva junto meu amor
Já não respiro, minh'alma soluça
Lua cheia! Sequer sinto calor
Fico aqui a espera do novo dia
Quando o Sol me traz de volta à poesia...
Regina cnl
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LAMENTO
Sol, dá um tempo,
deixa molhar meu pensamento.
E que à noite me faça chover,
para acabar com a secura do momento...
Lua não seja cúmplice da dor
que invade à noite do meu lamento!
Regina cnl
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INCOERÊNCIA
Não consigo na minha insignificância
Separar ideias do pensamento
Nem pretendo atingir tais instâncias
Pulverizadas, às ventos, pelo vento.
Sou desumana, no uso da razão.
Quando tento, despenco.
Espatifando-me em farelos pelo chão
Sou pura emoção. Ser razoável me irrita
Neste mundo sem coerência
Gosto do anonimato É fato.
Amo-me. Tanto e muito. Não sobra espaço.
Amar o outro é sacrifício, me dividir.
Tenho tentado sem sucesso
Nem perco meu tempo a transferir-me
Tatuando-me no outro
Claro que quero amar!
Mas que meu amor, não me faça anular.
Não quero viver a única vida, em sobressalto.
Quando sei com certeza, que o outro é igual,
No seu individualismo vaidoso como o meu.
Faço às vezes caras e bocas, sorrisos charmosos.
Mas na minha intimidade, gosto de estar comigo, Só eu.
Assim, cuido do que realmente deito interesse.
Olhar o mundo segundo minha visão
Isto é, sem juízo, sem razão...
Pois, minha emoção é que me transporta para onde quero.
Quando a razão limita quem gosta de voar...
Regina cnl
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CAIS DO SONHO
Na luz do teu olhar enternecida
Vejo o mundo dos sonhos que sonhamos
E quedo a perscrutar embevecida
O mistério deste amor que nós amamos
Esse amor que julgam, proibido.
Que mais cresce quanto mais erramos
Se amar alguém é erro cometido
Somos errados porque nos amamos
Que importa a nós a turba irreverente
Daqueles que vivem tão somente
Para falar dos vivos e defuntos...
Se nunca amaram a beira mar sentados
Contemplando navios ancorados
No cais dos sonhos que sonhamos juntos?
Regina cnl.
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BOAS NOVAS
Que o sol não tenha preguiça...
Passe sempre por aqui...
Que o vento venha suave...
Trazer boas novas de ti....
Minh'alma ama-te.
Ainda é mistério para mim...
Lua, dispersa esta nuvem...
Venha logo iluminar...
Minhas noites tão vazias...
Escurece sem parar.
Regina cnl.
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VENERO
Amigo, o amor atento me chamou,
dizendo vem comigo ainda te espero,
vê o quão é diferente quando estou,
apaixonado por alguém e quando quero,
volto à acender Luas e Sóis.
para iluminar àquele a quem venero...
Regina cnl
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CONVIDADO
A quem pensa que escrever poesia é fácil,
Não sabe o quanto temos que nos rasgar,
O corpo arde em chamas na mente insana
Sem loucura, nenhuma palavra é acesa,
Não se constroem palácios decorados com palavras vãs
Ou templos forrados de sonhos sem que a alma o deseje.
O poeta mia como gato para o leitor rugir como leão
Engana-se o tolo que assim pensa...
O poeta compõe sua própria canção, e com ela dança em seu próprio palácio.
O leitor é mero convidado...
Regina cnl.
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LEMBRANÇAS
Lembrança ocupa meus pensamentos
Recordações de outrora me faz bem
Primeiro amor perdeu-se com o tempo
Mas sua figura ainda se mantém
Você não saiu de dentro de mim
Quando está escuro acendo-o para ver
Cada hora, minuto, segundo, viver enfim
Tua lembrança faz-me reviver.
A mesma alameda ainda está aqui
Mãos dadas, tudo era magia.
Não importava pedras aqui ou ali
O importante foi tê-lo naqueles dias
Sei que está em lugar qualquer
Penso se a vida não acabar
Prega-me muitas peças, mas sou mulher.
Não me dou por vencida continuo a lutar
Sonho acordada te encontrar
Você é o homem da minha vida
Apesar da distancia continuo amar
Sem teu amor sinto-me perdida
Você meu sol, é cortina do mundo.
Que se abre quando posso ver
Desce à noite sofrimento profundo
Tudo é escuro difícil reaver
Volto a acendê-lo tudo fica lindo
Lembrar você nesse momento
Ouço sinos sinto que está vindo
Sei, é você, o fim deste tormento.
Você é o único amor de minha vida
Está impregnado no meu corpo
O homem que meu desejo abriga
Como anjo que traz conforto
Regina cnl.
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FLOR DO PÂNTANO
Naquele pântano existe uma flor...
Admiram-na, mas, fica ali esquecida...
Indiferentes não sabem de sua dor...
O quanto luta para ser reconhecida...
Não percebem a beleza escondida...
A importância tão necessária da flor...
Que carrega esta solitária vida...
Colore o pântano com sua cor...
Fica ali à espera das estações...
Quando a primavera sua preferida...
Recarrega suas emoções...
Enquanto o verão lhe chega vigoroso...
Outono é mortífero tristonho...
O inverno lhe é medonho
Regina cnl .
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OUTONO
Outono jaz inconformado...
triste, pensativo, não aceita mudanças.
sabe que o novo tem que ser admirado
mas, repele novas cores e suas nuanças.
não tem ideia da sua importância...
Ao armazenar resíduos na terra...
folhas mortas, restos das sementes...
Destino do outono é se alimentar
dos restos de dejetos...
talvez por isso, seu choro teimoso...
não conformado que tudo feneça...
por que, tudo que o outono armazena...
há de apodrecer para que a semente floresça...
Sem outono não há primavera...
nem a umidade do inverno que a umedeça...
Assim é a vida, também o amor.
quando acaba parece que a morte
toma de surpresa, mas somos conscientes.
que tudo se transforma
Integrados à natureza da qual fazemos parte
Regina cnl.
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FANTASIAS
O soneto para ser bom, tem que emocionar,
Prender o leitor, fazê-lo imaginar a cena,
Um tema, uma ação poética, até metrificar
Contar pequeno conto, dentro de um poema
Usar palavra da fantasia que ditar o coração,
Deixá-la bailando solta, dentro do papel
Cada sílaba escrita, juntá-la a emoção
Poesia sem paixão perde o sentido literal
Nasce a palavra fria, sem o calor coloquial
Pode-se se falar das flores, sem enfeitá-las
O soneto é colorido porque todas são belas!
Ao escrever o soneto; busque, dentro de você
Um sentido, uma paixão, que às vezes tenta esconder
Sentirás palavras fluindo, quando tentar escrever...
Regina cnl.
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FANTASIA
Hoje não mais definho.No amor.
Meu coração ganhou sossego
Guardou-o na serenidade da beleza
Que é amar o amor, por você.
Quando me excito a pensar
toco minha intimidade molhada
gozo com o desenho de teu olhar
não sofro sua ausência aqui dentro
meu amor cresce junto ao desejo de te beijar.
Houvessem mais Sóis e Luas,
nem assim caberiam no deleite que é,
pensar no quanto te amo...
sabes de meu desejo...
Nas rimas e sonetos que compões
Esqueço as palavras caladas
vendedor de sonhos, ilusões
visto-me das fantasias
sinto em cada doce poesia
ter encontrado o amor ideal...
Regina cnl.
19:01 07/01/2013
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CALMARIA
Qualquer sonho é redentor após tormenta
Colher a flor do amor de longa espera
Guardar o sofrimento não apascenta.
Melhor deixar florir com a primavera.
O sonho tem que ser aberto em frestas
Abrindo de uma vez não se tempera
Um por um será melhor a qualquer festa
Aprendi que sonho inteiro não prospera.
Manter os sonhos no segredo da alma
Diversas cores podem trazer anarquia
A quem não suporte sonhos com calma.
Meter os pés pelas mãos em água fria
Não satisfazem desejos sem calmaria
Sedutor é aquecer as águas na palma...
Regina cnl
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NÃO GOSTA?
Talvez, sejam asneiras o que escrevo.
Mas guardo aqui comigo essa mania
Não escrevê-las seria-me agonia
Cobrança da alma a quem devo
Espalho muitas vezes heresias
Encanto quem lê minhas poesias!
Não gosta! Coma menos! Não te importas!
Alimento-me das palavras abro portas?
Já fui tudo nessa vida peregrina
Viajei todos os cantos que cantei
Guerrilheira nas trincheiras desta sina
Hoje cantos melodiam o que ensaiei.
Liberdade! Conquistada na marra da afobação
Hoje vejo o resultado de minha criação
Quem me conhece sabe quanto sou valente
Nunca dei confiança à gente indecente...
Único amigo verdadeiro é o vento
Traz-me a brisa conforme a necessidade
Cultivo amizade a quem merece o sentimento
Do resto cultivo o respeito e a igualdade
Pra gostar de minhas loucuras escritas
Há de ter algum discernimento
Inveja, orgulho, palavras malditas.
No meu dicionário não há o intento...
Regina cnl
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VAIDADE
O poeta diz-se tão benevolente...
Escreve poemas de amor...
Ele mente...
Quando lê outro autor
Sua vaidade ganha disparado do louvor...
O poeta diz-se tão eclético...
Mas não poupa o poema epilético...
Condena como quem desmente...
Quando escreve sua vaidade vai à frente...
Descolorindo a flor mais formosa...
Com palavras ácidas e jocosas...
Pobre poeta! Pobre...
Seu mundo feito de técnica...
Nunca viveu uma aventura poética...
Letra para si é a tônica...
Jamais sorveu boca vermelha...
Trocou carícias à luz da lua...
Beijou o colo morno...
d'uma alma feminina...
Seu mundo é a cibernética...
Servida no prato vazio...
Tirada de livros sem vida...
Daqueles que jazem já frios...
O poeta é um ser solitário por natureza
Escreve o que não leu em livro nenhum
Mente quando diz admirar os defuntos
Dos escritos de outros já mortos
Regina cnl.
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ENQUANTO QUEIMAR
O amor te que ofereço é vibrante
Fogo quando aceso ditoso
Queima tristezas da mente
Arde impetuoso e gostoso
Chama envolvente no toque prazeroso
Arrisco falar-te dos meus sentimentos
Sem temor, buscar num futuro venturoso.
Eternizar esse fogo a nossos momentos.
O amor é vulcão em profusão
Mantê-lo aceso é minha obsessão
Dominá-lo junto ao sentido
Num avassalador sonho vivido...
Sonho que contigo faz-me inteira
Amor sem limite nem fronteira
Quero-te sem medo de amar
Cultivar esse fogo, para sempre queimar...
Regina cnl
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PERDIDA
Perdida nessa noite clara
Piso no branco vago da areia
Vento louco desempara
Meu frágil corpo bambeia
Pelos barrancos da praia
Sigo bêbeda deste ar
Sinto frio debaixo da saia
Vento quer me derrubar
Vejo uma estrela acordada
Alguma nuvem distante
Sentada na relva molhada
Vislumbro um cometa caindo
Ponho-me a pensar no amante
Enquanto ouço o mar rugindo
Regina cnl.
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O AMOR QUE ALIMENTA
Me alimento desse amor e não me canso
De dizer-te do prazer deste amor companheiro
Bate no peito a alegria, mas, bate manso.
Torna o sonho real, tão verdadeiro.
Descanso meu carinho em teu remanso
Neste mar quero navegar o tempo inteiro
Só assim a felicidade enfim alcanço
Ouço melodias de amor, sabor e cheiro.
Flores delicadas, rosas sem espinhos.
Amor que nasce neste nosso jardim
Constrói como palácio, nosso ninho.
Renasce como flor dentro de mim
Com sabor de mel dos teus carinhos
Que seja eterno esse amor assim...
Regina cnl.
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SAUDADE...
Quando marquei contigo
Não esperava, chegaste tão cedo.
Mais ansioso que eu, amigo.
Não fizeste segredo
Confesso, estava curiosa.
Mas isso guardou comigo
Surpreendeu-me teu abraço,
Não questionei o motivo
Aproveitei o teu laço
Tão raro e nada fingido
Tocou-me com tanta vontade
Senti tua mão no meu seio
Pareceu-me estar faminto.
Subiu-me um calor estranho
Acho que vinha aqui do meio.
Quando o beijo...
Durou uma eternidade.
Nosso desejo explodiu
Foi ontem é verdade
Mas,
Já estou com saudade...
Regina cnl.
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CORPO
Todas as noites ela procura alguém
Criança sentada no meio da praça
Transeuntes passam não a veem
É apenas um corpo sem alma e nem graça
Fica ali parada até que apareça um freguês
Vende seu corpo tenta agradar
Faz sexo finge sentir prazer
Vez ou outra pensa se suicidar
Sempre usada como objeto qualquer
Ninguém questiona o destino e a luta
Nem sempre a tratam como mulher
Quem usa os serviços da prostituta
Recebe o cachê e logo retorna
Ao banco da praça para recomeçar
Até que apareça alguém que à escolha
Fica ansiosa para outro chegar
Sobrevive sem alma sem vida
Vende seu corpo sem entender
Vez ou outra aparece uma preferida
Jogada ali para o corpo vender
Nem sonhos consegue sonhar a criança
Mas pensa às vezes livrar-se de tudo
Pessoas passam e criticam as crianças
Mas nada fazem para ajudá-las
Meninas que deveriam estar a fazer tranças
Vendidas como mercadoria nas praças...
Regina cnl.
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VERVE
Ansiedade, escrever, surpreender.
Coração curioso quer saber,
-página em branco espera alcoviteira,
- verve chega sorrateira,
-rabisca ignora a técnica,
-não se prende a letra alfabética
Segue o calor aproveitando o sangue que ferve
-enquanto produz simples dialética
-às vezes, quero corrigir, criticar.
- sentido se revolta e faz-me parar e diz-me:
-não sendo a escrita nua a lhe agradar,
-não conto sonhos que deves sonhar
-cada palavra que rabiscas no papel,
-uso tua mão para a caneta deslizar,
-teu sangue ferve, sentes rubor e febre,
-saro tuas angustias. Acendo estrelas
-às noites busco a luz da lua,
-nunca estás sozinha, estarei a socorrê-la.
Cura-te desta falta de rima, sou poesia, é minha sina.
-jamais permitir que desobedeça
-vamos terminar o poema antes,
-que novo sonho teu me aborreça.
Regina cnl.
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DEVANEIOS
Jamais senti amor que tivesse
Falsidade em alegre momento
Nem pela vaidade escrevesse
O que guardo no pensamento
Temo pelo amor sem juízo
Vá roubar minha alma sem aviso
Único facho de luz dessa fresta
Conservá-la. É o que me resta...
Regina cnl.
Na verdade vivo a eterna busca. Quem sou? Não sei...
O que sei é que respiro e vez em quando consigo pensar...
Por isso escrevo. O pensamento é rebelde... foge sem deixar vestígios...
Amo a vida...
Regina cnl